Carlos Chagas
A campanha presidencial está na rua, pelo menos desde que o presidente Lula impôs aos companheiros e adjacências a candidatura de Dilma Rousseff. Antes mesmo, José Serra já era o candidato dos tucanos, com a incômoda presença de Aécio Neves. Ciro Gomes e Heloísa Helena botaram o pescoço de fora no mesmo período, ou seja, há dois anos.
Negar a campanha desenvolvida desde 2007 equivale a contestar o ar que respiramos. Basta ver como se deslocam pelo país os referidos pretendentes ao trono, em alta exposição na mídia, mesmo brincando de faz-de-conta quando uma afirma que nem amarrada reconhecerá a pretensão e outro faz do governo de São Paulo a peneira incapaz de tapar a luz do sol.
No entanto... No entanto, o que pensam e o que pretendem fazer os candidatos, se eleitos, diante dos principais problemas que nos afligem ? Alguém já ouviu Dilma pronunciar-se a respeito da insegurança pública, ou seja, como enfrentar a escalada da violência e do crime organizado que apavoram a sociedade? Saberá o cidadão comum os planos de Serra para tornar a Justiça eficaz e rápida? Aécio começou a ser exceção ao afirmar que o Brasil precisa de um choque de gestão administrativa, mas não passou disso. Ignora-se a estratégia de Ciro para recompor o atraso do Nordeste, quanto mais suas concepções a respeito da Amazônia. Heloísa não define o tipo de revolução que pretende.
Os cinco candidatos lembram os Cavaleiros de Granada, de que falava Cervantes: “alta madrugada, em louca cavalgada, saíram brandindo lança e espada. Para que? Para nada...”
No caso, por pairar sobre eles a sombra do terceiro mandato ou da prorrogação de todos os mandatos por dois anos.
Falando francamente
Ainda percorre os corredores do Congresso o eco das palavras do senador Pedro Simon, pronunciadas sexta-feira, revolvendo os intestinos do PMDB. Ele perguntou que tipo de liderança exerce o líder Renan Calheiros, que desde janeiro jamais reuniu a bancada de senadores do partido. Exaltou a indicação de Romero Jucá para relator da CPI da Petrobrás como um ato de isenção absoluta, pois o hoje líder do governo Lula também foi líder do governo Fernando Henrique, quer dizer, está pronto para abafar quaisquer denúncias sobre irregularidades na empresa nos últimos dezesseis anos. Lembrou que PT e PMDB se anulam, um com medo do outro em termos de lambanças praticadas no atual governo. Questionou a dicotomia dos dirigentes peemedebistas, interessados apenas em preservar parcelas de poder e, por isso, inclinando-se uns por Dilma Rousseff e outros por José Serra, Não perderão nunca, quando a lógica e o bom senso indicam a necessidade do lançamento de um candidato próprio. Ou não se trata do maior partido nacional?
O senador gaúcho também criticou a Câmara, onde morrem todos os bons projetos aprovados no Senado, prevendo vá acontecer o mesmo com a decisão dos senadores de proibir, nas próximas eleições, o registro de candidatos que respondam a processos criminais. E ainda ironizou, dizendo ser voz corrente entre seus colegas que “o Senado confia no patriotismo da Câmara”...
O pescoço de Juno
Juno, diz a mitologia, era o deus de duas faces. Pois dona Dilma Rousseff inspirou-se na Grécia Antiga e até ampliou suas dimensões ao concluir que não há briga de ministros, no governo, mas apenas diferentes faces de uma só realidade. Quer dizer, Carlos Mink, Alfredo Nascimento, Reinhold Stephanes, Nelson Jobim e outros que vem se engalfinhando possuem o mesmo pescoço. Talvez fosse até bom, porque poderiam ser todos degolados num só golpe.
A gente fica pensando o que teria feito, por exemplo, Itamar Franco, se ainda estivesse no palácio do Planalto.
Transferir é possível?
A grande dúvida que divide o PT é saber se popularidade se transfere, especialmente em eleições majoritárias. O presidente Lula ultrapassou 80% nas preferências populares, fato inédito em toda a História da República, mesmo quando inexistiam institutos de pesquisa. Conseguirá, no entanto, transferir seus índices para Dilma Rousseff?
Juscelino Kubitschek deixou o governo aclamado pelo país inteiro, mas seu candidato, o marechal Teixeira Lott, viu-se fragorosamente derrotado por Jânio Quadros.
Seria bom que os companheiros, se é que andam falando sério, investissem um pouco mais na candidata, cuja atuação como primeira-ministra, na Casa Civil, importa reconhecer, vem sendo exemplar. Basta comparar os tempos atuais com a lambança que foi o período de José Dirceu. Mas se o partido permanecer apenas acolitando e exaltando o Lula, basta somar dois e dois e verificar a quem beneficiará a popularidade do presidente: a ele mesmo...
segunda-feira, 8 de junho de 2009
Assinar:
Postar comentários (Atom)
CARLOS CHAGAS, ACHARIA DE BOM ALVITRE VOCÊ INFORMAR-SE DE COMO SÃO FEITAS ESTAS AFERIÇÕES DE VOTOS. PARTICULARMENTE NÃO ACREDITO NESTA PERFORMANCE, MAS NEM QUE A VACA TUSSA !!! A ÉPOCA DE ACREDITAR EM PAPAI NOEL JÁ PASSOU HÁ MUITO TEMPO. ADMIRO-ME VOCÊ COMO JORNALISTA CALEJADO CAIR NUMA DO " ME ENGANA QUE EU GOSTO "!!! NO BRASIL, A OPOSIÇÃO INEXISTE, OS VEÍCULOS DE COMUNICAÇÃO FAZEM O QUE O GOVERNO QUER E POR AÍ EM DIANTE... ENTREGARAM O GOVÊRNO PARA O LULLA DE MÃO BEIJADA E AGORA AINDA É ADULADO ???
ResponderExcluirVOTEI NO LULA, INFELIZMENTE POR DUAS VEZES PARA PRESIDENTE. ACREDITEI QUE ESTE EMPLACARIA DUAS GRANDES CONQUISTAS SÉRIAS PARA O BRASIL : REFORMA AGRÁRIA E REFORMA DA PREVIDENCIA ! NEM UMA COISA NEM OUTRA . " GRANDE OBRA DO LULA" : BOLSA-FAMILIA ! CHUPETA NA BOCA DA POBRESA PARA QUE ESTA NÃO CHORE TANTO ! AGORA, QUE ELE TEM 80% ISSO TEM...QUE ELE TRANSFERIRA PARA A GUERRILHEIRA DILMA ALGUÉM TERÁ DÚVIDAS? SÓ O BOLSA-FAMILIA JÁ É O SUFICIENTE !!! É ISSO AI, O BRASIL DOS SENHORES NEIS ( SAR NEYS)...
ResponderExcluirALIÁS O LULA TEM OUTRA GRANDE OBRA : AJUDAR A DESTRUIR O MARANHÃO TRAZENDO DE VOLTA A DINASTIA DOS SENHORES NEIS...CERTO?