sábado, 13 de junho de 2009

Partidos em dissolução

Carlos Chagas

Qual a finalidade dos partidos políticos? Ocupar o poder. Para isso, disputar o poder em todos os seus patamares, participando de eleições para vereador, prefeito, deputado estadual, governador, deputado federal, senador e... E presidente da República.

Alega-se que as circunstâncias muitas vezes exigem que os partidos façam alianças e coligações, abrindo mão, uns, de pleitear cargos maiores em troca de cargos menores, desde que, participando da vitória dos outros, participem das vantagens do poder.

O problema é que, em nossa realidade, multiplica-se o número de partidos que antes mesmo das disputas, já abrem mão do objetivo principal, menos pela possibilidade de ganhar eleições, mais por esperteza, ou seja, para garantir pequenos espaços de poder, mas garantidos, na mesa do banquete dos vencedores.

Nessa situação canhestra encontram-se o PMDB e o DEM. O primeiro é, ironicamente, o maior partido nacional e o outro, uma histórica organização. Liminarmente já entregaram o jogo, como integrantes de um time de futebol que entra em campo vendido ou comprado, antes mesmo que seus craques possam dar o primeiro chute.

O PMDB não lançará candidato à presidência e atrela-se ao PT. O DEM segue a reboque do PSDB.

Devem tomar cuidados os dirigentes desses dois grandes partidos. Um belo dia, quando menos esperarem, acabarão virando pequenos partidos. E até desaparecerão sem deixar saudades nem eleitores.

Se Dilma não decolar, virá o golpe

Apesar das negativas e de duvidosas exortações democráticas, PT, PMDB, aliados e o próprio governo dispõem-se a não entregar o poder, caso a candidatura de Dilma Rousseff não se viabilize.

O problema está posto, ainda que continue a ser examinado apenas em surdina, aos sussurros, entre os detentores do poder. Se Dilma Rousseff não decolar como candidata, seja por razões eleitorais, seja por motivos de saúde, continuará fora de cogitações entregar o poder aos tucanos de José Serra.

Como encontrar um novo companheiro capaz de ser candidato parece impossível, estão em aberto outras hipóteses, apesar das negativas pouco enfáticas: o terceiro mandato para o presidente Lula, a prorrogação de todos os mandatos por dois anos ou até a extinção da reeleição com a ampliação dos períodos presidenciais para cinco ou seis anos, quando então todos os brasileiros poderão candidatar-se, inclusive o presidente Lula.

É pueril a argumentação de que a lei exige sejam essas hipotéticas mudanças adotadas até 30 de setembro, sob pena de não valerem para o ano que vem. Em direito prevalece a máxima de que quem pode o mais pode o menos, ou seja, se o Congresso tem poderes para manter o Lula no poder, por que não terá para encurtar os prazos que proíbem mudanças constitucionais a menos de um ano das eleições? A pergunta que se faz é se o presidente Lula participa e se está de acordo com essas propostas de golpe de estado e de desmoralização de nossas instituições?

Não está e não participa, devemos reconhecer com toda justiça. Mas poderá participar e estar, em futuro próximo, pressionado pela determinação de seu pano de fundo de não entregar o poder aos tucanos, que se vitoriosos destruiriam toda a sua obra construída em oito anos...

5 comentários:

  1. "Devem tomar cuidado os dirigentes desses dois grandes partidos. Um belo dia, quando menos esperarem, acabarão virando pequenos partidos. E até desaparecerão sem deixar saudades nem eleitores."
    Neste dia, quem sabe eu volte a rezar numa igreja. Será o sinal de que novos tempos virão, tanto na política quanto nas religiões.
    A Justiça Eleitoral faria bem melhor do que os partidos, na seleção de candidatos. E Deus não precisa de templos para ser alcançado.
    Martim Berto Fuchs.

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  2. seu desejo ardende de ver o terceiro mandato nao se realizara, caro Chagas. Vc quer incendiar essa discussao mas o fato e que o proximo presidente sera sim Jose Serra!!

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  3. Com toda experiência tanto de Carlos Chagas, quanto de Hélio Fernandes, dois calejados, não creio. Os tempos são outros e acho desnecessário. Se Serra ganhar haverá altenância, com certeza, mesmo que ele fique por oito anos,pois também não conseguirá fazer seu sucessor. O povo até acha que oito anos é bom. Mudar, a não ser que, por exemplo Serra um péssimo Presidente, aí sim a alternância chegará mais rápida.

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  4. Lula quer. Dilemas morais(?), biografia(?), o tipo acredita na propria propaganda, lhe dão azia. Mas avaliza o enorme apetite do Chaves. Vai terminar, patrioticamente, abracando o chamado das ruas. Vox dei. O nosso problema sempre foi falta de opcao ou de vergonha na cara de nossos desavergonhados representantes.

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  5. Caro Chagas.
    Creio que em 2010,o mais fácil para qualquer candidato é derrotar qualquer candidatura demotucana,não existe a mínima possibilidade do eleitor cometer um ato tão insano.Com o PT o império consegue o que quer,calcule com os tucanos,teremos uma desnacionalisação com as doações em favor do império e as sete irmãs.Luiz Martins da rocha(lmartinsrocha@hotmail.com)

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