Flamengo: a vergonha anunciada

O jogo com o Sport foi estranho. Fizeram 4 gols em menos de 8 minutos, se acalmaram, ficaram 65 minutos sem ameaçar o goleiro bruno (20 do primeiro tempo, 45 do segundo. E o Flamengo sufocado, mas sem qualquer reação).

Ontem, estranho, novamente 4 gols, com a diferença de que era a zero. Mas quando o Coritiba, que não ganhara de ninguém, fez o quinto gol, a direção do Flamengo se revoltou. E "pensou" logo numa decisão.

Todas as torcidas (mais organizadas do que o clube), jornais, radios, televisões, internet e até a voz rouca das ruas, repetiam ou recitavam: "Cuca não é mais o técnico". Demitido ou pediria demissão, o minimo ou o maximo. Surpreendentemente, fizeram um acordo: Serpa Pinto pegou o microfone, numa coletiva de 3 palavras: "Cuca está prestigiado". Cuca, sério e correto, comunicou: "Não saio na derrota, seria covardia, posso sair na vitoria".

O que significa isso? Que o Flamengo tem de perder o proximo jogo, para Cuca permanecer. E como os jogadores são os "artifices" de tudo, providenciarão. Por favor, Cuca, peça demissão, continuar agora é que é covardia.

Quem manda no Flamengo, claro, alem dos jogadores? O presidente em recuperação, mas pelo Flamengo arrisca até a vida? O interino, que não se deu bem na transição para a adesão? O mestre dos vestiarios, sempre a paixão de Kleber Leite, desde os tempos em que era pobre? Ou o Serpa Pinto?

De tudo isso (que terá desdobramentos durante toda a semana, talvez não chegue ao proximo jogo) a insuperavel e insuportavel tristeza: não conseguiram fazer o Adriano feliz. Ele pedia tão pouco. Mas infelizmente, que palavra, também deu muito pouco, quase nada. E o relogio parou.

Para ele, para o Cuca, para "o mais querido do Brasil". E até para Vinicius de Moraes: "Tristeza não tem fim".