sexta-feira, 12 de junho de 2009

Dilma Roussef - José Serra: a batalha que não começou, a guerra que pode não haver

Pode parecer estranho, mas de maneira alguma surpreendente ou inesperado: até 30 de setembro (data chave e não prorrogavel), Serra e Dilma estarão inequivocamente disputando a mesma sucessão. E não necessariamente se combatendo, se hostilizando, de lados rigorosamente opostos.

O fato do PSDB estar (aparentemente) atingindo (ou tentando atingir) o governo, significa muito pouco. Pois hoje e até 30 de setembro, pelo menos, o governo não vale muito, tudo se concentra num nome: Luiz Inacio Lula da Silva.

O governo há muito tempo está no fim, Lula pode estar no começo, quem sabe, desse tão combatido e desejado TERCEIRO MANDATO. E para evita-lo, pois aí Lula seria invencivel, até Serra aceitaria um acordo que o manteria ou o mantivesse no jogo politico ou no Poder.

Serra tem feito o mesmo que quase todos os governadores: implorado por uma foto ao lado do presidente Lula. Não apenas pelo seu charme, pelo fato de estar no Poder e portanto comandar a propria sucessão. (Se não houver "clima" para o terceiro mandato seguido).

Também não existe muito influencia dos 84 por cento de popularidade de pesquisas que ninguém sabe como são feitas, quem é ouvido, como se manifestam, de que maneira esses 84 por cento são encontrados? E por que essa fortaleza do governo desmoronou, mas Lula, pessoalmente ficou quase intocado?

A grande sedução dessa composição Serra-Dilma ou com uma obrigatoria inversão dependendo das pesquisas: a invencibilidade da união. Juntando o governador de São Paulo e uma mulher, ainda por cima apoiada pelo presidente no Poder, a eleição acaba antes de começar.

Ganharão ou ganhariam no primeiro turno, deixando possiveis (e audaciosos) adversarios a uma distancia tão longa, que não permitiria analises, interpretações ou acordos para outros lançamentos.

Com 9 meses de antecedencia para a desincompatibilização (a segunda data chave), isto não é adivinhação, aposta, projeção, sedução ou preferencia. É analise baseada nos fatos ques estão acontecendo e não apenas nos bastidores. Muitos fatos são publicos e notorios, aconteceram com visibilidade.

Examinemos apenas um fato: a compra pelo governo Lula da "Nossa Caixa". É evidente que Lula sabia que estava dando ao adversario recursos para investimentos a medio e curto prazo. (Não digo longo, pois Serra só tem esses 9 meses).

A "Nossa Caixa" não era fundamental para o Banco do Brasil (governo), era imprescindivel para Serra (Candidato). Claudio Lembo, "governador", quis vender o mesmo orgão, Lula não se interessou. É que Lembo não participava do jogo de 2010.

Numa analise como esta, muitos pontos podem não se confirmar. Mas não há nada disparatado em analisa-los, relaciona-los, coordena-los, confina-los dentro da logica e da interpretação sensata e isenta.

Na sucessão presidencial existem duas forças que não podem ser ignoradas, negligenciadas, desprezadas. 1) O Poder, por tudo que representa. 2) São Paulo, pelo formidavel eleitorado. (Em 1989, disse varias vezes a Leonel Brizola: "Se não for morar em SP, não ganhará a eleição") . Perdeu por meio ponto (para ir ao segundo turno e vencer), em SP teve menos de 2 por cento.

Dona Dilma sofre restrições de toda ordem, que só o tempo explicará. Mas ela tem um trunfo que Serra não desconhece nem repudia: a inviabilidade da candidatura dela pode trazer o presidente Lula para o centro dos acontecimentos.

PS- E Serra, que não é nem de longe o magico politico que acredita ser, quer tudo menos enfrentar Lula. Aí o acordo politico-eleitoral será feito diretamente entre os dois.

PS2- Lula também não quer apoiar um perdedor. E Lula sabe muito bem que no PT-PT, o unico não perdedor é ele mesmo.

3 comentários:

  1. Meu caro Hélio (permita-me chamá-lo assim)..
    cada dia melhor... vc é um dos expoentes do
    jornalismo (sério) do Brasil...culto,talentoso, competente, sério, independente... genial, magistral e vai por aí afora...parabens por tudo
    que vc fez e faz em prol do País..
    seu blog é imperdível...
    um grande abraço do admirador..
    Raimundo _e-mail: rai.adv@gmail.com

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  2. A política é interessante. O homem que sustentou o governo do Lulalá II (segundo mandato), chama-se Henrique Meirelles, Deputado Federal eleito, Presidente do Banco Central e que quer ser Governador. Se ele tivesse obedecido as ordens dos seus superiores, esse governo já tinha acabado. Como agiu por conta própria, sendo ex-banqueiro e conhecedor das safadezas da matriz, EUA, segurou as verbas orçamentárias e salvou o governo e o Brasil. Se não tivesse feito isto, dinheiro depositado na Suiça, repito, esse governo tinha acabado, pois esta crise é pior do que aquelas enfrentadas por FHC e que o Partido dos Trambiqueiros, ex-PT, tanto se aproveitou. Digo que política é interessante, pois do homem com o melhor cacife, ninguém fala dele para Presidente da República. Está sendo processado ? E daí ! Qual deles aí na Corte não está ? É tudo farinha do mesmo saco.
    Martim Berto Fuchs.

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  3. Que horror esse comentário do Sr. Martim. Se entendi bem, o Brasil está salvo graças ao Sr. Meirelles que do PSDB? Menos,menos Sr. Fuchs.
    Carlos Fochesatto

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