Carlos Chagas (cada vez melhor, opinando e informando) contou ontem o prazer do "presidente" Castelo Branco em ler jornais. (Ao contrario do presidente Lula, pelo menos sem aspas, mas confessando que não lê nenhum jornal).
Castelo Branco, talvez por não ter o que fazer, ainda segundo Carlos Chagas, gostava muito de elogios e chegava a telefonar para quem o elogiara. (Naquela epoca, surgiram os amestrados tão subservientes quanto hoje, e tão bem remunerados como sempre).
O jornalista completa a informação: "Quando não era elogiado e sim criticado, o "presidente" que prorrogou a si mesmo (com a ajuda poderosa do coronel Golbery, que era então executivo da Dow Chemical, fabricante de napalm, que ganhou fabulas de dinheiro na guerra do Vietnã) ficava de "cara amarrada e amargurado".
Chagas conhece bem o assunto, foi chefe de comunicação de Costa e Silva, que teria encurtado o periodo ditatorial, se não fosse o derrame que o incapacitou e logo, logo o matou.
O jornalista tem um livro magnifico sobre o assunto, "113 Dias de Angustia".
Vou completar com informações ineditas sobre esse prazer do "presidente" com elogios e o desespero com as criticas, naquele tempo, rarissimas.
Carlos Lacerda que não ligava para elogios mas também detestava criticas (principalmente ironia, sempre chamada de "arma de tempera divina"), foi conversar com o "presidente". Lacerda era então governador. De 1964 a 1965, não saía das Laranjeiras, Castelo estava sempre lá.
O governador da Guanabara foi pedir auxilio ao "presidente", disse a ele textualmente: "Estou sendo muito criticado pelo fato de defender a Revolução". (Ainda acreditavam que fosse mesmo).
Para surpresa de Lacerda (que me contou o fato no mesmo dia, no cineminha do Guanabara, onde conversavamos sobre os mais diversos assuntos) o "presidente" respondeu imediatamente: "Não posso ajuda-lo de modo algum. Aliás, acho que o senhor é que pode me ajudar".
Então, abriu uma gaveta da mesa que os separava, tirou uma porção de exemplares da Tribuna da Imprensa, e disse para o governador: "Não aguento mais as criticas do jornalista Helio Fernandes, só que, ao contrario do senhor, ele me critica mas não me procura".
Fez uma pausa, e completou: "Por duas vezes tentei falar com ele pelo telefone, mandou dizer que ESTAVA MUITO OCUPADO".
São fatos rigorosamente verdadeiros. E posso dizer com satisfação, embora tenha pago o preço que está cada vez mais presente e ainda não concluido.
PS- Minha grande satisfação: jamais falei com Castelo Branco, Costa e Silva, Medici, João Figueiredo, Golbery, os 2 Geisel (Orlando e Ernesto) ou qualquer outro ditador (civil ou militar).
PS2- Não quis nem participar da campanha a "presidente" do general Euler Bentes. Não era torturador, mas não protestou. Como caiu na "expulsoria" muito moço, Ernesto geisel prometeu nomea-lo presidente da Petrobras. Não cumpriu a palavra (nada surpreendente), Euler resolveu ganharos holofotes. 6 ou 7 amigos do reporter participaram da campanha inutil, me convidaram, não passei nem perto.
quinta-feira, 11 de junho de 2009
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Sr Helio Fernandes, me permita, sua afirmação: “PS- Minha grande satisfação: jamais falei com Castelo Branco, Costa e Silva, Medici, João Figueiredo, Golbery, os 2 Geisel (Orlando e Ernesto) ou qualquer outro ditador (civil ou militar).”, é para mim, pelo seu passado, a confirmação que o Senhor É um Brasileiro corajoso e íntegro. Obrigado por sua luta pela dignidade de nosso pais. (Jose Renato, 59 anos).
ResponderExcluirna COSANPA-PARÁ somos proibido de acessar o site da Tribuna da Imprensa. Não Explicam porque esta censura. Estão contra a liberdade de expressão. A expressão do Conhecimento. Jean-Jaqques propagou tanto a liberdade para o conhecimento, e, em pleno século XXI somos tolido. É bom saber os bastidores do tempo da ditadura militar-1964. Nos seres humanos somos vaidosos, sempre queremos ser o melhor em tudo. Você é um guardião da liberdade de expressão. Gosto das suas informações e seu conhecimento. E viva o Brasil. Luiz Pedro M. do Amaral (luizmemar@oi.com.br)
ResponderExcluirVocê e Oscar Niemayer são os maiores brasileiros vivos.
ResponderExcluirFlávio Ramos
flavioramosentrevista@yahoo.com.br
Na COSANPA-PARÁ o site do Tribuna da Imprensa é censurado, nenhum funcionário pode acessá-lo. Eu que gosto lê-lo fico proibido, censurado. O conhecimento que deveria ser propagado intensamente é barrado. Jean-Jaqques ficou muito triste pela mesquinês humana, ou, pela parte de poucos. è bom saber os bastidores da ditadura militar-1964-1986. Fico honrado por saber que você é um ser humano cheio de honra e dignidade. E que a humanidade ainda não está perdida. Nós vamos vencer. Lutaremos sempre, contra qualquer um que seja contra a liberdade de imprensa. Eu sou um Iluminista. Meu Irmão continue a luta até esses malandros se acabarem ou exterminados. E viva o Brasil canalhas! Até a próxima.
ResponderExcluir