É evidente que em muitos casos ou problemas, a coerencia consiste em mudar e não em ficar. Algumas posições terão que ser mesmo inflexiveis. Mas quando as questões são diferentes, ninguem fere a etica revendo o que pensava ou acreditava. É até demonstração de grandeza, generrosidade e desprendimento fazer a revisão da reflexão.
Mas votar de forma diferente, só porque antes estava no Poder ou na oposição, e depois estava na oposição ou no Poder, é a maior prova de carreirismo, oportunismo, leviandade, irresponsabilidade, indignidade. Vejamos o que vem acontecendo no Brasil há 15 anos, de 1994 a 2009.
1) O mandato presidencial era de 5 anos, sem reeleição, proibida pela Constituição, desde a primeira, em 1891. Candidatos a presidente, Lula e FHC. Tido e havido como invencivel ou favorito Lula sofreu todas as manobras. Como resistiu a todas, o adversario, FHC, comandou um movimento para reduzir o mandato presidencial, a 'justificativa", perfida, mas poderosa: "Com mandato de 4 anos, Lula governará apenas 2 anos, não poderá mudar muita coisa. O primeiro ano é de adaptação, o ultimo de retirada". FHC venceu, surpreendendo ele mesmo, teve que ficar com os 4 anos, não se conformou.
2) Desde o inicio pensou (?) na reeleição, só esperou Sergio Motta dar o sinal verde (do caixa 2) para começar as compras e as "indenizações" pelos votos. Só que em vez de pagamentos mensais, ("mensalão") FHC-Sergio Motta pagavam à vista. Alguns votos valiam até 500 mil reais, pela repercussão que tinham nos bastidores.
3) A Constituição foi fraudada, violentada, rasgada em praça publica. (O Congresso, mesmo na chamada Praça dos Três Poderes, tem alguma coisa a ver com o povo?)
4) FHC está sempre envolvido com mandatos. Em 1994, REDUZIU o de Lula, que considerava certo. No Poder, AUMENTOU o seu, de 4 para 8 anos. Sempre com apoio do inclito e inatacavel (não confundir com inacatavel) PSDB. Agora, diz ter REPUGNANCIA, (palavra da preferencia do proprio FHC, não pode nem esconder) dos que fazem tudo pelo Poder.
5) Independente da aprovação ou desaprovação do Congresso, do cidadão-contribuinte-eleitor, ou de qualquer reforma constitucional, a comparação não pode ser legal, tem de ser geometrica, geografica, aritmetica, matematica, "leonardodavincianamente" proporcional e isenta. Assim: FHC, eleito para 4 anos, ficou no Planalto-Alvorada por 8 anos.
6) Querendo ou não querendo, Lula, que foi eleito por 8 anos, se ficar 12, estará ocupando o Planalto-Alvorada pelo mesmo tempo proporcional. (Tudo na vida é proporcionale não relativo como acreditava Einstein aos 26 anos).
7) Aceitar a proporcionalidade é um ato de vontade unilateral, quando favorece o cidadão.
8) Da mesma forma que não existe mais a vontade individual, superada pela coletividade, quando se trata de renuncia.
9) Portanto, os partidos que defendem a famigerada LISTA FECHADA DE VOTO, e que já defenderam mandatos mais curtos para adversarios e mais longos para eles, não têm idoneidade ou credibilidade para nada.
PS - O mesmo acontece com as MEDIDAS PROVISORIAS. FHC dizia desde o primeiro mandato: "Sem medida provisoria não há GOVERNABILIDADE". E a oposição relinchava, o que fazer?
PS2 - Hoje, a antiga oposição, agora no Poder, enche a pauta com as mesmas medidas provisorias. Os que estiveram no Poder por 8 anos, tambem relincham, mas abrem o jogo: "Se não formos atendidos, vamos OBSTRUIR e não votaremos as medidas provisorias".
PS3 - (Voltamos ao inicio e continuaremos, os itens de incoerencia aumentam com o aumento da falta de responsabilidade autoestima).
sexta-feira, 22 de maio de 2009
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