quarta-feira, 17 de junho de 2009

Sergio, Zito, Garotinho e Lindberg no rumo 2010

Pedro do Coutto

O PSDB, cujas articulações políticas são comandadas pelo exgovernador Marcelo Alencar, desistiu da hipótese de apoiar Cesar Maia nas eleições de 2010 para o governo do Rio de Janeiro e desviou sua visão para o prefeito de Caxias, José Camilo Zito. Realizou uma reunião recente em sua residência e verificou a reação contrária generalizada à indicação de Cesar: todos os presentes concordaram que, depois da administração que realizou na cidade do Rio, não possui viabilidade eleitoral. O caminho então se abriu para o prefeito de Caxias. Fernando Gabeira, através da coligação com o Partido Verde, concorreria ao Senado, Denise Frossard disputaria a Câmara dos Deputados pela legenda do PPS. Tem lógica.

O quadro já apresenta, hoje, vários candidatos e algumas controvérsias. É natural, mas vale lembrar que a eleição para o governo é em dois turnos. Para o Senado, claro, um turno só. O governador Sergio Cabral, a meu ver, é o candidato mais forte. Não apenas pelo fato de ocupar o Palácio Guanabara, mas também em função de sua capacidade de articulação que lhe garantiu a plena vitória que obteve em 2006 quando derreteu Denise Frossard. Entretanto, as pesquisas apontam seu favoritismo, mas não pela margem que pensava. Há um equilíbrio entre ele e o deputado Wagner Montes, de acordo com o Ibope.

Entretanto, Wagner Montes, deputado estadual pelo PDT, em conversa recente com alguns parlamentares, afirmou que não pretende disputar a sucessão estadual e sim concorrer à reeleição para a Assembléia Legislativa. Para o Senado, apóia Marcelo Crivela, um dos acionistas da TV Record na qual mantém um programa diário de polícia com bom índice de audiência. Seu apoio a Crivela, no entanto, depende do PDT firmar aliança com o PRB, legenda de Crivela. Pela lei eleitoral, sem esta coligação, Montes não pode pedir votos para Marcelo Crivela. Mas esta é outra questão.

Quando Sergio derrotou a juíza Denise Frossard, a Baixada Fluminense e o interior do Estado lhe foram decisivos. Para 2010, com a candidatura Zito, a Baixada pelo menos se divide. E o interior também com a candidatura de Anthony Garotinho. Para o Senado, dos três, só há lugar para dois: Jorge Picciani corre pelo PMDB, contra Gabeira e Crivela. A Câmara Alta, como alguns chamam, poderia ser opção para Cesar Maia. Mas o voto majoritário, francamente, dificilmente será o seu melhor caminho. Cesar Maia, claro, elege-se deputado federal. Senador é difícil.

A Baixada Fluminense apresenta ainda uma outra divisão: Lindberg Farias, prefeito de Nova Iguaçu, uma das áreas de grande densidade eleitoral. Ele busca obter a legenda do PT para seu projeto, porém encontra dificuldade já que o presidente Lula prefere que o partido forme ao lado da reeleição de Cabral. De qualquer forma, o panorama que se delineia não é de fácil previsão. Sobretudo porque é preciso pensar quais serão os finalistas ao segundo turno, já que ninguém, nem mesmo Sergio, em minha opinião, poderá vencer direto no primeiro.

Há muitas divisões no quadro, que também terá que se ajustar às perspectivas no plano federal que se divide entre o governador José Serra e a ministra Dilma Roussef. Sergio Cabral, evidentemente, está com Dilma. Zito terá que optar por Serra, que é do PSDB. Lindemberg pode se opor a Sergio, mas não a Dilma, candidata do PT. E Garotinho também já anunciou seu apoio à ministra chefe da Casa Civil. Um panorama, como se vê, bastante agitado. E também sensível à deslocação dos apoios para o desfecho final e decisivo.

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