Pedro do Coutto
A pesquisa que o Instituto Sensus realizou para a Confederação Nacional dos Transportes, publicada nos jornais de 2/06 – a melhor matéria foi a de Daniel Bramatti, O Estado de São Paulo – consolida de modo praticamente absoluto, hoje, a polarização entre José Serra e Dilma Roussef para a sucessão presidencial de 2010. Esta realidade encontra-se também acentuada no levantamento do Datafolha divulgado pela Folha de São Paulo na edição de 31 de maio. As duas pesquisas convergem plenamente: uma descida do governador de São Paulo em relação à situação de há dois meses, uma ascensão da ministra chefe da Casa Civil.
A diferença está nos números, não nas tendências. Para o Datafolha, Dilma avançou 5 degraus, Serra desceu 2. Para o Sensus, houve um acréscimo de 11 pontos para Dilma, uma queda de seis de Serra. No confronto sobre as intenções de voto neste momento, o Datafolha apresenta 38 para Serra e 16 para Dilma. O Sensus-CNT acha 38,8 para Serra e 23,3 para Dilma.
A convergência se mantém de modo quase absoluto em torno de Heloisa Helena: 10% das intenções de voto. Há uma divergência grande quanto a Ciro Gomes. O Datafolha o aponta com 15%. Para o Sensus, ele tem apenas 9. Para o Sensus, o índice de rejeição é o mesmo, tanto para Serra quanto para Dilma: em torno de 24%. A respeito do conhecimento dos nomes, o governador de São Paulo só é desconhecido para a parcela de 4 por cento. O desconhecimento de Dilma atinge 26. Mas este não é o problema, pois o conhecimento público cresce no desenrolar da campanha eleitoral.
A opinião pública, aliás, já começa a se movimentar em torno da sucessão do presidente Lula, de acordo com o Sensus. Em dezembro do ano passado, 30,6% não se dispunha a votar em nenhum candidato. Esta taxa agora, seis meses depois, baixou para 25,6%. E vai baixar mais, como sempre acontece em eleições majoritárias, recuando para algo em torno de 7 ou 8%. É sempre assim. A campanha precisa esquentar, aproximar-se de seu desfecho, ser envolvida pelo horário gratuito da televisão, para que a indefinição se reduza a seu universo natural no Brasil, país no qual o voto é obrigatório. Mas falei em polarização consolidada.
Pois é. Tanto o Datafolha quanto o Sensus mostram que Aécio Neves não tem possibilidade de fraturar o equilíbrio do quadro sucessório entre os melhores situados nas pesquisas. O governador de Minas não pontua bem mesmo quando seu nome é colocado no lugar do nome de José Serra. Isso lhe retira qualquer possibilidade de vencer as prévias eleitorais, estilo americano, que ele mesmo propõe para a direção do PSDB. O panorama visto da ponte de 2009 para o horizonte 2010 parece difícil de se alterar. Serra, para o primeiro turno, a mim parece encontra-se no seu limite. Mas qual será o limite para Dilma Roussef? Esta é a pergunta essencial, já que para o segundo turno alianças terão que ser articuladas de um lado e outro.
Este aspecto me lembra uma interpretação do ex presidente Juscelino Kubitschek feita a mim numa entrevista para o Correio da Manhã. Estávamos em 1963 e o Ibope havia divulgado uma pesquisa em onze capitais apontando seu favoritismo sobre o governador Carlos Lacerda na sucessão de 65, sucessão que não houve. JK passava de 40, Lacerda ficava em 20 pontos. Ele me disse e eu publiquei: Lacerda não fica só nos 20, não. Vai subir bem mais. Mas sobre –acrescentou- até pó teto da UDN, que é de 36%. Vou vencer. Lembro o episódio e pergunto: qual será o teto de Dilma Roussef? O tempo definirá.
quarta-feira, 3 de junho de 2009
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SONHO DE UM APOSENTADO
ResponderExcluirSONHO DE UM APOSENTADO
Ontem tive um sonho. Sonhei que os aposentados teriam o mesmo tratamento que os banqueiros recebem do Governo(?). Então vi Lulla assinando Medida Provisória criando um novo Fator Previdenciário, que ao invés de capar o valor da aposentadoria (como é hoje), aumentaria o valor da aposentadoria em 30%. É bom ser igual a banqueiro, pensei....E vi Lulla assinando uma Medida Provisória que determinava que o valor da aposentadoria deveria ser o mesmo do último salário do aposentado e que as aposentadorias defasadas deveriam ser adaptadas a esse novo critério, e os atrasados pagos com o acréscimo de um “spread” de 50% !!!É ótimo ser igual a banqueiro, matutei....E vi Lulla recebendo todos os dias as lideranças dos aposentados, em dia e hora determinados pelos aposentados!!E vi o Lulla mandando a Caixa dar dinheiro aos aposentados quebrados, cobrando juros de pai pra filho, e sem nenhuma garantia adicional...Mas...era tudo um sonho...Acordei, abri o jornal, e vi o Lulla preparando um novo nabo, bem grosso, para os velhinhos...buááááááááá...
Jarbas Marombão
Rio de Janeiro