sábado, 30 de maio de 2009

Coreia do Norte, 56 anos depois, apaga o Paralelo 38

Pedro do Coutto

Na sequência da explosão atômica subterrânea que detonou e do lançamento de mísseis na direção do Mar do Japão, ações condenadas pelo Conselho de Segurança da ONU, portanto com o voto da Rússia e da China, o governo da Coréia do Norte tacitamente declarou-se novamente em guerra contra os EUA e a Coréia do Sul. .Condicionou um possível ataque seu à perspectiva de navios do país serem interceptados no mar amarelo. É verdade. Mas o fato é que Pyongyang, a antiga Pan Mun Jon, declarando rompido o armistício firmado com os EUA em 53, quando foi instituído o Paralelo 38, um empate dividindo as duas nações, faz o tempo retornar à época do conflito. Ele começou em 1950, quando o Norte invadiu o Sul. No contexto da guerra fria entre as grandes potências. A China começava a se projetar no cenário mundial.

Coréia – Chosen em linguagem asiática- significa país de manhã tranqüila. É justamente o contrário. As duas Coréias separaram-se em 1948, a do Norte sob o domínio comunista como está até hoje, a do Sul na esfera de influência dos Estados Unidos. Um dos países mais antigos do mundo, tendo surgido mais de dois mil anos antes de Cristo. Em 1949, a do Norte invadiu a do Sul. A Casa Branca, então com o presidente Harry Truman, ordenou a ação militar norteamericana para defender Seul. Morreram milhões de pessoas no conflito que durou três anos. Sessenta mil americanos perderam a vida. Seus nomes estão escritos no mármore da praça central de Washington que fica em frente ao Lincoln Memorial. A Coréia do Norte faz fronteira com a China. As forças americanas, com a participação de aliados, avançaram pelo território inimigo. A China, que participava da luta de forma não totalmente ostensiva, opôs-se fortemente a esta incursão. O comando americano estava nas mãos do general Douglas Mac Arthur, que havia comandado as operações da segunda guerra no Pacífico e fora governador geral do Japão ocupado de 45 a 49. Certo dia, irritado pela participação chinesa, deu uma entrevista ao New York Times dizendo que a solução era lançar uma bomba atômica contra a China. Truman o demitiu do comando, substituindo-o pelo general Ridgway e depois pelo general Mark Clark.

Considerou a atitude de Mac Arthur uma insubordinação. Mac Arthur estava com seu nome cogitado pelo Partido Republicano para disputar a sucessão de Truman. Hollywood produziu um ótimo filme político sobre o episódio, com Burt Lancaster no papel do general. Circularam rumores de insatisfação militar e até de conspiração. Mas Arthur, como candidato, foi então substituído por Eisenhower, que venceu Adlai Stevenson na sucessão de 52. Em 53, como prometera na campanha, acabou com a guerra da Coréia. Isso aconteceu há 56 anos, 59 depois do início do primeiro conflito moderno no Oriente. O segundo, a partir de 62, com John Kennedy, seria o Vietnã. O armistício de 53 pos fim à guerra. O fim do armistício, declarado agora por uma das partes, a retoma, tornando iminentes ações militares. Os EUA anunciaram a disposição de capturar navios armados da Coréia do Norte entre os mares Amarelo e do Japão, com o apoio da Coréia do Sul. O ditador do Norte, Kim Jong-Um, ameaça desencadear um ataque caso a hipótese se confirme. Anulado o cessar fogo firmado no armistício, nova guerra torna-se assustadoramente próxima. Sobretudo porque a Coréia do Norte possui um arsenal atômico. A paz e aquela parte do Oriente, assim, podem ir pelos ares. Uma sombra ameaçando a humanidade.

3 comentários:

  1. Lamentável que os países comunistas, Coreia do Norte e Cuba são os últimos - China já tem a economia capitalista - não saibam fazer outra coisa senão azucrinar a vida de todo mundo. Vivem na pobreza, nunca se constituíram numa opção para o capitalismo, pois só produzem discursos, e para iludir seu povo promovem a guerra. Malvinas-Argentina, lembram ?
    Martim Berto Fuchs.

    ResponderExcluir
  2. É trágico que os Estados Unidos promovan constantemente guerras, escaramuças e intervenções clandestinas contra dezenas de nações. Mas, nem desse modo violento e genocida o regime capitalista consegue assegurar a prosperidade; prova disto, é o avançe da miséria nos países capitalistas, Estados Unidos à frente.

    ResponderExcluir
  3. Senhor Helio Fernandes crie a coluna de Avisos Funebres e coloque esse anuncio.
    Aposentados, perseguidos e humilhados pelo Sr. Luiz Inácio Lula da Silva o exterminador esperam pacientemente a colocação de seus nomes nas colunas de notas fúnebres.

    ResponderExcluir